sábado, 12 de maio de 2012

Milton Nascimento - MPB


Milton do Nascimento (Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1942), apelidado "Bituca", é um cantor e compositor brasileiro reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da Música Popular Brasileira. Mineiro de coração, tornou-se conhecido nacionalmente, quando a canção "Travessia", composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda posição no Festival Internacional da Canção, de 1967. Tem como parceiros e músicos que regravaram suas canções, nomes como: Wayne Shorter, Pat Metheny, Björk, Peter Gabriel, Sarah Vaughan, Chico Buarque, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Simone e Elis Regina. Já recebeu 5 prêmios Grammy. Em 1998, ganhou o Grammy de Best World Music Album in 1997. Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.


Até agora, Milton Nascimento já gravou 34 álbuns. Cantou com dúzias de outros artistas, incluindo Maria Bethânia, Elis Regina, Gal Costa, Jorge Ben Jor, Caetano Veloso, Simone, Chico Buarque, Clementina de Jesus, Gilberto Gil, Lô Borges, Beto Guedes, Paul Simon, Criolo, Angra, Peter Gabriel, Duran Duran (com quem co-escreveu e gravou a faixa "Breath After Breath", de 1993),Herbie Hancock, Quincy Jones.
- Milton Nascimento (Milton Silva Campos Nascimento) - vocals, nylon string acoustic guitar, whistling (05), arranger
- Novelli (Djair de Barros e Silva) - bass
- Roberto Silva - drums, percussion
- Laudir de Oliveira - percussion
- Maria Fatima - female vocals (01,07)
- Herbie Hancock - piano (03,04,05,07,08)
- Hugo Fattoruso - piano (03,04,07), organ (09)
- Toninho Horta - 12-string guitar (02,07), electric guitar (02,04,08,09)
- Wayne Shorter - soprano & tenor saxophone (02,04,08,09)
- Raul de Souza - trombone (05,08)
- Airto Moreira - drums & percussion (05)







Um dos mais influentes e importantes discos da música brasileira completou quarenta anos. O disco em questão é “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento e Lô Borges. Muito além de uma simples junção de duas ruas, ele foi um encontro de poesia, de literatura, de almas e de música. É um dos álbuns citados no livro “1001 álbuns que você deve ouvir antes de morrer” e foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o sétimo melhor disco brasileiro de todos os tempos. O Clube da Esquina, além de ter sido um dos movimentos musicais mais importantes da cultura nacional, rendeu belos frutos, como esse álbum.

Nada será como antes

O disco “Clube da Esquina” foi, sem dúvida, um divisor de águas da música brasileira por trazer inovações harmônicas e rítmicas para a época: as várias cores musicais do erudito de Wagner Tiso, do canto gregoriano do Milton Nascimento, as letras bem elaboradas de Márcio Borges, Fernando Brant e Ronaldo Bastos, o jazz de Toninho Horta e pop beatle de Beto Guedes e Lô Borges. Junte a tudo isso as diferentes referências culturais do grupo: o cinema de Truffaut, filosofia existencialista de Sartre, a literatura beatnik, a cultura cigana, o estilo de vida do interior mineiro. Dentre os muitos clássicos, a música “O trem azul”, de Lô Borges, é uma balada estilo blues, com letra fortemente influenciada pelo livro “On the Road”, de Jack Kerouac. A canção já foi gravada até por Tom Jobim. “Nada será como antes”, cantada por Milton, é uma canção poderosa, de estrada e de resistência à Ditadura. Em “Tudo que você podia ser”, a tônica são as questões existenciais. Por seu turno, “Trem de doido”, tem um sabor beatle e uma ótima letra. Destaque para guitarra solo de Beto Guedes. Por fim, “Paisagem da janela”, de Lô e Fernando Brant, é uma grande balada, tema de novela e, talvez, a mais conhecida do álbum.

O “Clube” é o estilo de música mais influente da música brasileira, depois da Bossa Nova. Músicas delicadas, cheias de encanto e sutilezas fizeram a cabeça de muitos grupos de Minas, como Skank, Pato Fu e 14 Bis, e músicos da categoria de Caetano Veloso, Rita Lee, Gilberto Gil e Chico Buarque. O álbum também é conceituado internacionalmente, Belle and Sebastian, Paul Simon, James Taylor, Peter Gabriel e Björk estão entre os fãs. Artistas da MPB atual também reverenciam a obra, o cantor Lenine afirma: “‘Cais’ é muito emblemática. Foi a primeira canção do disco que me chacoalhou! Aquele sentimento praieiro, pós-Dorival, foi um porto seguro para minha alma irrequieta de adolescente roqueiro. Já Marcelo Camelo (ex-Los Hermanos), pondera: “‘Um girassol da cor do seu cabelo’ é a música mais bonita do álbum. É difícil ouvir hoje em dia os discos considerados clássicos, já que os ouvi muito, principalmente os dos anos 1960 e 1970, época muito fértil. Assim como trabalhos de Tom Zé, Chico Buarque e Tom Jobim do período, acredito que o álbum ‘Clube da Esquina’ apontou caminhos para a música brasileira”.

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