Jorge Duílio Lima Meneses (Rio de Janeiro, 22 de março de 1945[4][5]), conhecido como Jorge Ben e Jorge Ben Jor é um guitarrista, cantor e compositor popular brasileiro. Seu estilo característico possui diversos elementos, entre eles: rock and roll, samba, samba rock (termo que gosta de usar),[6] bossa nova, jazz, maracatu, funk, ska e até mesmo hip hop, com letras que misturam humor e sátira, além de temas esotéricos. A obra de Jorge Ben tem uma importância singular para a música brasileira, por incorporar elementos novos no suingue e na maneira de tocar violão, com características do rock, soul e funk norte-americanos. Além disso, trouxe influências árabes e africanas, oriundas de sua mãe, nascida na Etiópia. [6]
Influenciou o sambalanço e foi regravado e homenageado por inúmeros expoentes das novas gerações da música brasileira, como Mundo Livre S/A, Os Paralamas do Sucesso, Racionais MC's e Belô Velloso. Jorge Ben Jor explodiu com a música '"Mas Que Nada" e logo em seguida ratificou seu talento com outro grande sucesso, "Chove Chuva". Duas canções que nada tinham a ver com a bossa nova, nem com o samba. Os puristas achavam que sua música era moderna demais. Era difícil para os músicos da época acompanhá-lo, tanto assim que seus primeiros discos foram gravados com um conjunto que tocava jazz no Beco das Garrafas, o Meireles e os Copa 5.
Mesmo que o nível da produção musical de Jorge Ben Jor nas últimas três décadas tenha deixado a desejar em comparação com as duas anteriores – quando atendia apenas por Jorge Ben -, ele continua sendo um dos grandes gênios de nossa música. E que, ao completar 70 anos no próximo dia 22 de março, precisa ser reverenciado como tal.
Para isso revisito texto publicado há dez anos em minha finada coluna Massa Sonora, hospedada pelo site da MTV, batizado “Que mestre Jorge saiba o que está fazendo”. Na ocasião, o nosso aniversariante se preparava para desempoeirar o violão e gravar um acústico da emissora após 25 anos de altos e baixos – mais baixos do que altos – empunhando guitarra elétrica.
O tal especial Unplugged até que rendeu momentos bonitos, e ele inclusive topou voltar ao formato para o 70º aniversário, e acaba de gravar uma edição do “Luau MTV” em Paraty. Esperamos que não soe morno como o disco de 2002, que não denotava, nem de longe, uma vontade especial de Jorge em retomar os seus anos de ouro, 1963-1975, durante os quais lançou álbuns espetaculares como Samba Esquema Novo (1963), Ben (1972) e A Tábua de Esmeralda (1974).
As palavras daquele texto sobre a importância do músico de Madureira, porém, continuam valendo. Reproduzo trechos abaixo, seguidos por divertido vídeo extraído de edição do Fantástico de 1974, apresentada por um então jovem Fulvio Stefanini, com interpretações as clássicas “Cadê Teresa” e “Bebete Vãobora” (ambas do disco Jorge Ben, de 1969):
Jorge Ben é um artista único na música brasileira. Compulsivamente reverenciado e imitado, serviu de inspiração para figurões do quilate de Caetano Veloso e Gilberto Gil. O primeiro regravou vários de seus sucessos, como “Charles, Anjo 45”, “Jorge de Capadócia” e “Olha o Menino”, e o último chegou a dar a seguinte declaração: “depois que vi Jorge tocar, quis parar. Ele já tinha feito tudo o que eu havia imaginado”.
Intuição
Gil se referia tanto às inacreditáveis letras criadas intuitivamente por Jorge, capaz de transformar a mais estapafúrdia bula de remédio em uma estrofe suingada ou até mesmo um refrão irresistível (“O Homem da Gravata Florida”, “O Circo Chegou” e “Xica da Silva, por exemplo), como à sua capacidade de criar ritmos inspirados em fontes diversas. Da bossa de João Gilberto à jovem guarda de Erasmo, do funk de James Brown à psicodelia setentista.
Algo intimamente relacionado ao enfoque que deu ao violão. A maneira de tocar que Jorge inventou para o instrumento se eternizou pela simplicidade e capacidade de síntese musical. O filho de etíope que gostava de samba e rock quebrou o punho, “desceu a mão” nas seis cordas, trocando os dedos pela palheta e desrespeitando as firulas jazzísticas da bossa nova. Quase sem querer, criou a batida definitiva (às vezes samba-rock, às vezes, samba-funk, dependendo do contexto) e deixou todo mundo babando.
3ª edição lançada pela Abril Cultural focalizando compositores e suas obras. A primeira foi lançada em 1970, com 48 fascículos e discos de 10 polegadas, com 8 músicas em cada. A segunda, em 1976, com o mesmo número de fascículos e discos, muitos deles iguais aos da primeira edição. Nesta nova edição, os discos são 12 polegadas, com 12 músicas em cada um, e os textos sobre os compositores têm assinatura. Neste fascículo, Maurício Kubrusly e Matinas Suzuki Júnior assinam, respectivamente, os textos "A Força intuitiva que atropela qualquer explicação" e "Um canto livre, que nunca fugiu à sua negritude". Além desses textos, há uma breve biografia do compositor focalizado.
O ceú está nublado, nas letras e nos arranjos. O culpado por este imbróglio é o Trio Mocotó, reverenciado na ressussitadora 'Charles Jr.'. Uma estranha mistura de partido alto e o tal samba-rock, cordas e metais, e sempre percussão: eles embolam e desembolam o ritmo, eis um disco raro.
Em 'Zé Canjica', Jorge se diz 'até mal-humorado' (take it easy my boy). Também pudera: 'O telefone tocou novamente'(mas não era o meu amor), 'Apareceu Aparecida' (como eu era feio, inútil e infeliz) 'Terezinha' (os desencontros são tantos) e enfim a 'Mulher Brasileira' (eu necessito de você!) têm o gosto de ressaca moral ou um estômago embrulhado. Contra tudo isso, 'Fõrça Bruta', o despertador ideal destes dias incomuns. [FONTE]
Faixas:
1. Oba Lá Vem Ela
2. Zé Canjica
3. Domenica Domingava num Domingo Linda
4. Charles Jr.
5. Pulo Pulo
6. Apareceu Aparecida
7. O Telefone Tocou Novamente
8. Mulher Brasileira
9. Terezinha
10. Força Bruta
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